domingo, 17 de fevereiro de 2013

Falando do Orixá Yemonjá




Yêmonja ou Iyemonjá, Iemanjá, quer dizer a mãe dos filhos peixes. Ela era uma das filhas de OBATALÁ ou OBATANLÁ ou ORINSALA, grande orixá ioruba, sendo o pai dos muitos orixás africanos.

Foi esposa bastante dedicada para ODAN e juntos tiveram um filho, Orugan. Esse último orixá era um gigante que terminou como inimigo de sua mãe Yemojá, porque ela deu-lhe  metade de sua liberdade, então procurou matá-la.

Yemonjá possuidora de grande força e lendo o pensamento assassino de seu filho, e sabedora da vergonha de que seriam abatidos com seu assassinato, sai correndo na direção do mar. Invoca seu espirito e entra direto na água salgada, até determinado ponto que tem o nome de OSA OKUN, lugar onde ela sempre está.

Do seu ventre, saíram os orixás a seguir: OLOSA, OLOKUN, DADA, AJE SAKUGA, ORISÁ OLA, OSO OSI ORISA ODÉ.

O orixá Yemonjá é cultuada com mais intensidade nas cidades de IDI, IROKO, KETU, ABEOKUTA, MOKOLOKI.

Sua comida preferida é ONJEGBA FUNFUN GBOO. O ojubo para Yemanjá ati Babá.

Segundo Verger, Yemonjá é o orixá dos Egbá, uma nação yorubana estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemonjá, As guerras entre nação yourubá levara os Egba a emigrar na direção OESTE, para ABEOKUTA, no inicio do século XIX. Evidentemente não lhes foi possível levar o rio, mas, em contra partida, transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do  Axé da divindade, e o rio Ogun, que atravessa a região tornou-se a partir de então a nova morada de Iemonjá. Esse rio Ogun não deve ser confundido com o orixá Ogun, o Deus do ferro e dos ferreiros.

O principal templo de Yemonjá está localizado em IBARA, no bairro ABEKUTA. Os fieis desta divindade vão todos os anos buscar água sagrada para lavar os Axés, não no rio Ogun, mas numa fonte de um de seus afluentes, o rio LAKAYA. Essa água é recolhida em jarros, transportados numa procissão seguida por pessoas que carregam esculturas de madeiras (ERE) e um conjunto de tambores. O cortejo não volta, vai saudar as pessoas importantes do bairro, começando por Olúbara,  Rei de Ibará.

Yemonjá seria filha de Olokun, deus em BENIN ou deus ou deusa em IFÉ. Lá,  Yemanjá aparece casada pela primeira vez com ORUNMILÁ, senhor das adivinhações, depois com OLOFIN, rei de IFÉ,  com o qual teve dez filhos, cujo nomes enigmáticos parecem corresponder a outros orixás, dois deles são facilmente identificados como OSUNMARE ÉGò BEININ FONNA DJWO, que significa arco íris que se desloca com a chuva e guarda o fogo nos seus punhos, AYRA GÁGÁGÁ I BEIJRIN TUMO EJÍ, o trovão que se desloca com a chuva e revela segredos. Essas denominações representam, respectivamente, OSUN MÁRÉ E SÁNGÓ.

Nota: foram respeitadas a grafia do livro ao qual foi retirado em sua tradução, leia-se portanto: Oxumaré e Xangô respectivamente.

Yemonjá, cansada de sua permanência IFÉ, foge mais tarde em direção ao OESTE. Outrora, OLOKUN lhe havia dado, por medida de precaução uma garrafa contendo um preparado, pois não se sabe jamais o que pode acontecer amanhã, com recomendação de quebra-la no chão em caso de extremo perigo. E assim Yemanjá foi instalar-se no entardecer da terra a oeste.  OLOFIN, ODÚDÚWÁ, rei de IFÉ lançou seu exército a procura de sua mulher. Cercada Yemanjá, ao invés de se deixar prender e ser conduzida de volta a IFÉ, quebrou a garrafa segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na mesma hora, levando-a para OKUN, ou oceano, lugar de residência de OLÓKÚN. 


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