domingo, 23 de setembro de 2012

Ritual da Primavera do Amor

No dia 22 de setembro foi celebrado o equinócio da primavera!
Para comemorar o inicio da estação das flores que esta intimamente ligada ao amor, nada melhor do que um Ritual da Primavera do Amor, por isso, realizamos em nosso novo espaço, no dia 23 de setembro de 2012 este belo ritual!
A seguir um texto, que foi a abertura de nosso ritual da primavera do amor:


O Amor

Não existe uma maneira determinada de amar, um olhar específico, um tom de voz, um cruzar de pernas, ou mesmo esta infinidade de procedimentos exigidos por milhares de manuais de sedução disponíveis no mercado. O amor é por demais livre para se aprisionar nas celas do comportamento, ele se introduz em nossas vidas no exato momento em que nos encontramos no centro da encruzilhada, onde não se está com os pés, em nenhum caminho, onde o cruzamento das estradas é o lugar nenhum.
               
O amor é o amor. É aquele momento inexplicável que não existia dentro de nós até que por ele somos capturados, e por ser dessa forma tão vazio de palavras que o definam, o Amor transformou-se no grande medo do ser humano, já que não sabendo em qual departamento  colocá-lo, sempre o vivenciamos através do sofrimento e da falta.

Quando se ama desta maneira, não se deixando tomar por inteiro, um enorme buraco se instala no nosso coração, levando-nos  a pensar que a paixão é uma terrível maldição lançada sobre nós.

Quando a flechada fatal de Eros nos atinge, percebemos então toda nossa incompletude, todo nosso vazio. Descobrimos que estamos inevitavelmente capturados por um deus, que se diverte distribuindo flechas tal qual uma criança levada que espreita o adulto para lhe pregar um susto.

Para a maioria das pessoas, o sentimento de ter sido capturado por alguma coisa que não se pode explicar, é exatamente assustador, levando-as a inúmera tentativas de captura deste algo essencialmente incapturável.

Quando somos escolhidos por este deus, não há como encaixarmos nossos argumentos, tudo o que antes era conhecido deixa de ser importante, e nos vemos dentro de um enorme labirinto onde cada porta aberta experimentamos somente o universo das emoções.  Muitas vezes, a carga de emoção é de tal forma poderosa que ficamos inteiramente perdidos,  com a sensação do minuto que antecede a tempestade, onde toda a natureza se encontra totalmente centrada dentro de si mesma, e os movimentos, embora muito intensos, carregam o grande silencio. Nesta hora tudo o mais fica extremamente pequeno e só existe no ar o imenso vazio.

Muitas vezes, vivenciar esta mágica realidade fica por demais complicado e acaba-se  por confundir  as emoções, transformando –as em sofrimento.

O jogo de Eros é um jogo sem regras, um jogo onde não há vencido e nem vencedor, e quem entender isso, saberá amar.  Não é preciso controlar o jogo, colocar um juiz, estabelecer um placar... É só necessário jogar. Deixar que o jogo comande o jogador. Só isso.

Com amor,
Cigana Madalena